Desde a Antiguidade existem madeiras na decoração. Os egípcios já as usavam para fabricação de móveis e objetos, esculpindo e entalhando a madeira maciça.
Madeiras na decoração
Esse método prevaleceu até o final da 2a guerra mundial, quando surgiu, na Alemanha, o aglomerado, resíduos de madeira moídos e prensados. Daí em diante as formas de trabalhar a madeira foram se multiplicando e hoje temos o uso de:
Madeiras Maciças
A peça natural, sem o acréscimo de aglomerados ou fibras sintéticas. É a madeira pura, obtida a partir das árvores cortadas e processadas sem perder sua estrutura original. As peças possuem os anéis de crescimento, veios, nós e outras características naturais da árvore de origem.
Das madeiras na decoração elas são as mais desejadas, de maior resistência e durabilidade, em geral.
Ela tem aparência uniforme em todos os lados, diferente do MDF, MDP, compensado e aglomerado. O móvel de madeira é pesado, tem coloração constante, madeira com o mínimo de emendas, geralmente bem escondidas.
Se um móvel de madeira maciça sofrer danos, ele pode ser lixado, repintado ou reformado, voltando a seu estado original.
Se a madeira tiver sido tratada ela vai repelir a água. Já a madeira natural vai absorvê-la.
O tratamento, para aumentar a resistência das madeiras pode ser feito por aquecimento ou impregnação de produtos químicos, protegendo contra pragas, desgaste, umidade, etc. Em geral, os tratamentos modificam a cor da madeira.
A madeira maciça suporta por muito mais tempo o desgaste pelo uso e resiste a deformações.
As madeiras maciças são divididas em 2 grupos:
Madeira de Lei ou Nobre – De crescimento em geral lento, são mais duras, pesadas (densas) e resistentes ao impacto, ataque de insetos, cupins e fungos. São também mais caras que a madeira comum.
Alguns exemplos: Acácia, angelim, angico, carvalho, cerejeira, cumaru, ébano, ipê, garapeira, itaúba, jatobá, jequitibá, maçaranduba, Muiracatiara (aroeira), mogno, nogueira, pau-brasil, pequiá, peroba rosa pinho-de-riga, tauari.
Madeira comum – Mais leve e menos densa que a madeira nobre. Menos resistente ao tempo e às condições climáticas. Alguns exemplos: Pinho, pitomba, abeto e as de reflorestamento (veja abaixo).
Os 2 tipos tem como vantagens:
– Algumas podem ser usadas como elemento estrutural devido a sua alta resistência
– Ser muito duráveis
– Um móvel de madeira maciça pode ser montado e desmontado muitas vezes sem perder sua estabilidade.
Suas desvantagens:
– São mais caras em relação às demais opções.
– As nobres demoram para chegar ao ponto de corte e inúmeras estão em em processo de extinção
– Precisam de equipamentos específicos para serem usadas na fabricação de móveis.
Podemos também considerar:
As Madeiras de reflorestamento – São madeiras – em geral, comuns – que tem crescimento rápido e são plantadas já visando o uso na fabricação de móveis e objetos, e o replantio. Alguns exemplos: araucária, cinamomo, eucalipto, grevílea, pinus, teca (essa considerada uma madeira nobre das mais resistentes, não é natural do Brasil).
As Madeiras alternativas – São diversas espécies, nobres ou comuns, nativas do Brasil e muito pouco usadas, que poderiam diminuir o uso das espécies extremamente usadas. Órgãos do governo desenvolvem projetos de incentivo ao uso dessas madeiras na fabricação de móveis. Alguns exemplos: Andiroba, Louro-faia, Louro-vermelho, Macacaúba, Muiracatiara-rajada, Muirapiranga, Pau-amarelo, Roxinho, Tatajuba e Tauari.
Madeiras Processadas
São chapas obtidas através do tratamento industrial de placas maciças de madeira, transformando-as em lâminas (compensado), partículas (Aglomerado, MDP e OSB) ou fibras (MDF, HDF e Chapa Dura), que são “coladas” por pressão, temperatura e/ou resinas. Foram criadas para substituir a madeira maciça na fabricação de móveis, prevenindo sua extinção.
Aglomerado – Feito a partir de partículas de madeira, em geral, de reflorestamento, coladas com um adesivo de resina sintética. Depois, prensadas e submetidas a altas temperaturas, aumentando sua resistência a deformações.
O aglomerado pode receber revestimentos como fórmica, lâminas de madeira, etc. Ele é mais barato que as demais madeiras processadas. Tem baixa resistência à umidade e é muito usado na parte posterior dos móveis.
Compensado – Tem processos de fabricação diferentes, que criam algumas subdivisões:
Compensado laminado – Chapa que tem o miolo formado por lâminas de madeira empilhadas em número ímpar e fixadas com cola e depois prensadas. Ele pode ser comum ou naval (neste caso, a resina é a prova d’água). Usado na fabricação de móveis. Tem baixo custo e facilidade de fixação de ferragens.
Compensado anatômico – Semelhante ao laminado, mas prensado em um molde que tem uma curvatura. A chapa terá então, formato curvo de acordo com o molde.
É usado em encostos e assentos de sofás, cadeiras e poltronas, além de peças curvas em móveis.
Compensado sarrafeado – Chapa formada por sarrafos paralelos de madeira colados. Em cada face são coladas lâminas torneadas de madeira. Não é a prova d’água. É usado em estruturas que precisam de grande resistência, móveis, em tapumes e portas.
Todos os tipos de compensado podem receber revestimento como fórmica, lâminas de madeira, etc.
MDF – Medium Density Fiberboard – Chapa de fibra de madeira de média densidade) – Produzido com fibras finas de madeira aglutinadas com resina sintética e prensadas em alta temperatura e pressão. A chapa tem alta densidade, leveza, superfície lisa, fácil de trabalhar e resistente.
O MDF permite cortes, curvas e entalhes. Também pode ser pintado ou revestido com lâminas de madeira, filme de pvc e fórmica. Pode ser utilizado em todo tipo de móvel, mas tem pouca resistência à umidade, é sensível ao calor, mais pesado que outras placas e pode ser empenado, estufar com a umidade e água e danificado ao montar/desmontar. É usado em móveis, molduras, painéis, etc.
Atualmente temos o MDF verde (suporta umidade) e o vermelho (que retarda e evita a propagação de chamas)
HDF – High Density Fiber Board – Semelhante ao MDF, mas tem maior densidade, logo, resistência. É fabricado usando fibras de madeira compactadas sob alta temperatura e pressão maior que o MDF. Usado no fundo e laterais de gavetas, painéis, colméias, nichos e pisos laminados. É mais resistente também à umidade.
MDP – Medium Density Particleboard – Placa formada por 3 camadas de partículas de madeira com grossuras diferentes e coladas com resina. Suporta mais peso sem empenar e é mais leve e barato que o MDF e aceita melhor o monta-desmonta.
O MDP é usado para produção de móveis retos que vão ser revestidos ou pintados, painéis, prateleiras, mesas e armários, mas requer ferragens específicas para ele. Não deve ser usados em móveis que precisam ter cantos arredondados e não é a prova d’ agua.
O MDF é mais indicado para móveis com acabamentos detalhados. O MDP para móveis como estantes e armários simples devido à sua resistência e o HDF é a melhor escolha para projetos que necessitam de durabilidade e resistência, como pisos de alto tráfego.
OSB – (Oriented Strand Board) – Formada por 3 camadas de tiras de madeira perpendiculares umas as outras e unidas com resinas resistentes às intempéries prensadas em alta temperatura.
O OSB tem baixo custo, aparência rústica e irregular. É usado na construção civil, estrutura de móveis e estofados, painéis, paletes e até móveis.
Chapa Dura – Placa formada por fibras de madeira processadas usando calor e pressão sem adição de resina. Tem alta densidade, baixa resistência à umidade e pode ser moldada, curvada, pintada, etc. Usada como fundo de armários e gavetas, móveis e produção de paletes e na indústria de embalagens.
É importante salientar que todas essas placas de madeira podem ter espessuras diferentes que vão definir o seu uso na fabricação dos móveis.
Além disso, grande parte das vezes, na fabricação de móveis são usadas diversas madeiras diferentes para atender às necessidades de estrutura e economia das madeiras na decoração.
Revestimentos das madeiras
O compensado, aglomerado, MDF, MDP HDF e OSB podem ser revestidos com lâminas naturais ou artificiais, de forma a ter aparência que se desejar ao usar as madeiras na decoração.
Hoje as empresas fabricantes de móveis e os marceneiros já compram as madeiras – em geral – revestidas (nos fabricantes masisa/arauco, guararapes, eucatex, duratex, etc.) ou as compram “cruas” para realizar eles mesmos o revestimento/acabamento.
São usados como revestimento das madeiras: Lâminas de madeira, laminados de baixa pressão (BP – laminados sintéticos, que são feitos com camadas de papel kraft com resina e uma folha de papel decorativa, prensados à quente), laminado de alta pressão (AP – laminado decorativo ou melamínico – a conhecida fórmica, mais resistente a riscos e impactos é um deles), o revestimento Finish Foil (FF – pintura de bobinas de papel com tintas que reproduzem o padrão desejado. Este papel recebe um acabamento e depois é prensado sobre a chapa de madeira), vernizes e pinturas.
Os revestimentos acrescentam beleza às madeiras na decoração.
Sabendo escolher, todos esses materiais e seus revestimentos são capazes de criar ótimas soluções de decoração que cabem em todos os bolsos!
É claro que o assunto está resumido e que faltam alguns tipos menos conhecidos – É muita coisa! Se tiver dúvidas sobre o uso de Madeiras na Decoração, por favor comente! Terei prazer em responder e, inclusive, acrescentar informações ao post.