Princípios do Design e Decoração – Parte 3

Na parte 1 desta série sobre os princípios do Design e da Decoração, falei sobre o EQUILÍBRIO e a SIMETRIA. Na parte 2 sobre UNIDADE , REPETIÇÃO  a VARIEDADE. Agora vamos falar de Proporção. Nada melhor que exemplos para deixar claros estes princípios.

A proporção é a relação das grandezas entre si e  delas com o todo. E esta frase pode explicar tudo mas não deixa nada claro, não é mesmo? Então veja estas fotos, que mostram uma “ilusão de ótica” causada pela dificuldade em perceber a real proporção das coisas:

Uma garrafa na areia. Você tem certeza que a foto foi tirada bem de perto da garrafa, certo? Na outra foto,  4 pessoas na areia e você tem certeza que há uma grande distância entre quem tirou a foto e estas pessoas, correto?

Já na foto da esquerda  parece que as pessoas, em miniatura, estão equilibradas sobre a garrafa, tudo na mesma distância. Então, a RELAÇÃO entre o tamanho das pessoas e o da garrafa foi  (só visualmente) alterada por que você não percebe a “GRANDEZA” distância entre os itens. Quer dizer, a percepção de Proporção foi afetada. Na foto da direita a distância das pessoas é percebida e você “compreende” as reais proporções e tudo fica “normal”. Então, como a proporção é a relação entre as grandezas entre si e o todo,  se você não percebe uma grandeza, se engana ao avaliá-la.

Resumindo, proporção é  que lhe faz pensar que algo é grande demais, pequeno demais, largo demais,  enfim, qualquer coisa demais (ou de menos) EM RELAÇÃO à outras em um ambiente (no nosso caso). Ou então, que lhe faz pensar que tudo “combina” “está certo”, “normal”… ou “é proporcional”.

Na decoração e no design de interiores você pode usar este princípio de diversas formas, conseguindo resultados bons ou ruins:

O sofá é desproporcional em relação às cadeiras e à mesa. Ele parece grande demais. O efeito é esquisito e também desconfortável, pois a altura dos assentos é diferente.

Dá vontade de trocar por umas cadeiras tipo assim, não é ? Mas fica claro que o conjunto inteiro é desproporcional em relação ao espaço existente, o todo. É muita coisa entulhada neste cantinho! A ‘brincadeira” com a proporção aí não ficou legal!

A luminária gigante brinca com o princípio da proporção neste apartamento grande, com bastante espaço para “brincar”, sem prejudicar a circulação, com lâmpadas bem escolhidas e muito bom humor. Assim a brincadeira dá certo!

Que bom que este quadro seja grande o bastante para este pé direito alto, mas o que você acha desta mesa de centro? Por não ser proporcional ao espaço desta grande sala a sua funcionalidade é anulada, porque a distância até os assentos é enorme, percebe? E concorda que até o sofá é “tímido”(em profundidade principalmente) para todo o espaço livre? Ele pode não ser, mas parece desconfortável, apertado.

Já esta sala pode não ser, mas parece pequena demais para a quantidade e volume dos diversos assentos e móveis (não vou falar de outros aspectos – vamos ficar no princípio da proporção!) . Temos que considerar também a proporção de área livre em relação à  área “ocupada”: Qualquer ambiente “entulhado” sempre parecerá pequeno. E mesmo o menor ambiente, com bastante espaço vazio parece bem maior (lembre-se quando vc alugou ou comprou o seu apartamento ou casa… O mundo parecia caber naquele espaço vazio, não é? )

Como já falei antes, o bom uso dos conceitos de equilíbrio/desequilíbrio, simetria/assimetria e  variedade/repetição criam a HARMONIA do ambiente, assim como a Proporção o RITMO, a ESCALA (assunto do próximo post da série, que vc vê aqui). Quanto mais compreendemos estes princípios, mais podemos trabalhar e brincar com eles, criando ambientes que surpreendem, mas que continuam funcionais.

Fotos dos sites e blogs: acervodeinteriores, casaabril, delightbydesign e 2 outros que não guardei (sorry! Se souber, me diga, por favor!)